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Leitura em voz alta automática:
LEMBRAR QUE LEMBROU
Tsc, tsc, parece perseguição…
Na hora da ação, eu não invento nada, apenas executo o que eu ja treinei antes. Se o que eu treinei foi adequar soluções antigas para resolver problemas novos, eu faço isso. Se eu não treinei isso antes, apenas desvio e sigo em frente sem crise. Isso é igual ao que eu já aprendi sobre inteligência artificial, mas só os especialistas nessa área, que não é o meu caso, podem falar mais sobre esse assunto.
Nessa hora (da ação), eu fico mais forte e os reflexos ficam muito mais rápidos. Também, minha visão pra coisas próximas fica muito nítida. Mas eu perco motricidade fina e a visão pra longe fica turva.
A hora da ação é disparada por alguma surpresa desagradável, dolorida. Tipo um assalto ou uma troca de temperatura muto rápida.
Bem, eu não sei se esse comportamento muscular é em virtude de minha doença ou é genérico. Mas, que acontece comigo, é fato. Pois, isso vem acontecendo desde que eu me conheço por gente.
Vale lembrar que a neurociência trata o cérebro como um músculo, apesar de não ser.
Mesmo com a degradação da motricidade fina e a visão pra longe, eu tinha a impressão que podia enxergar longe e fazer movimentos delicados. Aí, eu criava coragem e fazia: sempre cometia erros infantis 🙁
Felizmente, achei uma boa solução antes de quebrar tudo: anotava as ideias e tarefas delicadas em um bloco de notas e rapidamente esquecia. Aí, lembrar depois seria só uma questão de resgatar o bloco de notas.
A tática do bloco de notas resolveu, de forma magnífica, duas coisas:
1) Ficou tranquilo esquecer do anotado e se concentrar só no presente. Pois, seria fácil lembrar depois;
2) Fiquei muito mais resistente à dor;
Mas, se quiseres obter esses ganhos assim, não esquece de esquecer. E isso fica cada vez mais fácil para quem lembrar que lembrou antes através do bloco de notas. Na hora da ação, o que causa dor, anota e ignora.
Paulo Ricardo Silveira Trainini
A medida que se repete o uso do bloco de notas para esse fim que eu falei vai diminuindo a necessidade de anotar coisas. Pois, o próprio cérebro se encarrega de registrar no inconsciente e tirar da consciência.
Primeiro, essa diminuição é a redução das ideias anotadas. Depois, a necessidade de anotar essas palavras chaves vai diminuindo.
Até não ser mais necessário anotar nada. Pois, a memorização fica no próprio cérebro. Resgatar essas memórias será só uma questão de trazê-las pra consciência. Acho que isso é exatamente igual às ditas reservas cognitivas.
Esse mecanismo é muito semelhante ou talvez igual à palavras chaves em programas de computadores.